O Natal em livros: histórias para se emocionar


Os primeiros registros da comemoração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro constam no Cronógrafo de 354 (calendário ilustrado do ano 354). O costume teve início em Roma, mas no cristianismo oriental o Natal já era celebrado em 6 de janeiro, em conexão com a Epifania.

A data é comemorada até mesmo em nações nas quais o cristianismo não é predominante, como Japão e países árabes (com exceção da Arábia Saudita, onde práticas não islâmicas são punidas) e se popularizou no Ocidente, através dos tempos, assumindo características próprias em cada cultura.

Apesar de o capitalismo ter transformado o Natal em mote comercial, a data é carregada de simbolismos, de renovação e de mudança de atitudes, tendo representações na música, no cinema e, inclusive, nos livros. Os exemplos são muitos. Em “Cartas do Papai Noel”, há uma compilação de cartas e desenhos que J. R. R Tolkien (ele mesmo, o criador do Senhor dos Anéis), inventava e mandava para seus filhos ao fim do ano.

Já em “Mistério de Natal” de Jostein Gaarder, temos a viagem realizada por Joaquim, um garoto que descobre, por acaso, um calendário mágico capaz de transportar as pessoas no tempo. O menino vai parar na época do nascimento de Cristo e participa de uma caravana de peregrinos que viajam para conhecer o recém-nascido. O título foi recomendado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil em 1998, na categoria tradução/criança.

“Um Conto de Natal”, um clássico da literatura inglesa, foi escrito por Charles Dickens em 1843 e teve várias edições ao longo dos anos, recebendo outros títulos, como “O Natal do Avarento”, “Um Cântico de Natal”, “Os Fantasmas de Scrooge”, entre outros, e serviu de base para diversas adaptações para o cinema (Os Fantasmas de Scrooge, Conto de Natal, Conto de Natal Disney). Um livro emocionante que nos ensina a deixar nossa mesquinhez para trás. Aliás, um tema bastante atual, se considerarmos o consumismo crescente e o apelo da tecnologia, em que as relações pessoais deixam de ser feitas olho no olho para acontecerem virtualmente.

O “Milagre na Rua 34”, escrito por Valentine Davies em 1934, também já foi adaptado para o cinema. A dona de uma famosa loja de departamentos contrata um senhor bem educado, com uma grande barriga e barba branca, como Papai Noel e ele rapidamente contagia a todos com o espírito natalino, com exceção de sua chefe, que ensina a filha a não acreditar em Papai Noel.

“O Expresso Polar”, de Chris Van Allsburg, tem apenas 32 páginas, mas surpreende. Deu origem ao filme de 2004 e conta a história de um garoto que não acreditava em Papai Noel. Então, um magnífico trem, chamado Expresso Polar, para em frente a sua casa e o maquinista da composição convida o garoto a embarcar, dizendo que irá levá-lo até o Polo Norte para conhecer o bom velhinho. Apesar de uma inicial relutância, o garoto segue viagem com outras crianças, que logo se tornam seus amigos e também cúmplices das magias de Natal que passarão a viver.

O que esses livros têm em comum, é a crença na redenção humana. O Natal carrega essa marca, é uma época de reconciliação consigo mesmo e com os outros. Mas antes de tudo, é necessário acreditar.

Se você não sabia o que dar de Natal – ou o que pedir – fica a dica. Um livro sempre será um bom presente.

George dos Santos Pacheco

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